Prevenção e tratamentos

Leishmaniose: veterinária lista 5 segredos para prevenir a grave doença

Publicado - 21 Agosto 2023 - 17h18

Atualizado - 11 Abril 2024 - 14h35

Foto da Fernanda Serafim - Médica Veterinária Cirurgiã e Clínica Geral

Fernanda Serafim / Médica Veterinária Cirurgiã e Clínica Geral

CRMV 18424-SP

Formada em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista e pós-graduada em clínica médica de pequenos animais pelo Instituto Quallitas.

Foto da Laura Furtado - Redatora

Laura Furtado / Redatora

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Desde pequena, sempre tive um amor e carinho especial por todos os animais. Quando completei 6 anos, meus pais me presentearam com um cãozinho da raça Bichon Frisé que chamamos de Billy. Foi o dia mais feliz da minha vida, fiquei horas chorando sem acreditar que ele era meu. Billy viveu 14 anos com a gente, mas virou uma estrelinha em 2019 depois de uma história linda ao nosso lado.

Em 2019, ganhei da minha sogra uma Dachshund, o famoso salsichinha, e desde então minha vida voltou a fazer sentido. Pode parecer clichê, mas nada explica o sentimento de amor e carinho que ter um pet proporciona. Nós decidimos chamar ela de Teteia, e não poderia existir nome melhor pra descrever ela. Teteia significa moça atraente, e a minha Teteia salsicha é realmente a coisa mais linda do mundo, além de ser extremamente carinhosa, companheira e engraçada.

Em 2023, participei de uma entrevista e entrei para o time do Patas da Casa. Fiquei muito feliz, porque sempre tive afinidade e carinho pelos animais, e não há nada melhor do que escrever sobre coisas que a gente ama, né. Me identifiquei de cara com os valores do Patas e sempre considerei o projeto de suma importância para tutores que, assim como eu, buscam se informar para garantir o melhor para os pets. Desde então, cada dia tem sido um aprendizado, e sou muito feliz por fazer parte de um projeto tão especial quanto o Patas.

• Filme com animal preferido: “Marley e Eu”
• Uma raça de cachorro: Vira-lata
• Uma raça de gato: Siamês
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os cães de suporte emocional podem agir como 'terapeutas', ajudando pacientes com ansiedade, depressão, autismo e estresse pós-traumático
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatinhos tem efeitos positivos na sáude mental e física dos humanos
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar cachorro ou gato pode mudar a vida das pessoas e dos animais para melhores, trazendo muito amor e felicidade
• Nome de pet favorito: Larica

 A leishmaniose é uma doença gravíssima que não tem cura. Provocada por um protozoário do gênero Leishmania, pode ser dividida em dois tipos: a leishmaniose visceral canina e leishmaniose cutânea. A primeira, conhecida também como calazar, é a forma mais grave da doença porque atinge os órgãos internos e pode ser fatal. Já a segunda, como o próprio nome já diz, é caracterizada por lesões na pele bem incômodas para o pet. A leishmaniose canina é considerada uma zoonose, ou seja, uma doença transmissível que se origina em animais e pode ser transmitida para os seres humanos a partir da picada da fêmea do mosquito-palha. Os cães são considerados os principais reservatórios da doença, mas a leishmaniose em gatos também pode ocorrer. 

Os principais sintomas da leishmaniose canina são perda de apetite, fraqueza, emagrecimento, pelo opaco, queda de pelos e aparecimento de feridas na pele (em especial na face, focinho e orelhas). No estágio mais avançado, crescimento exagerado das unhas de cachorro (onicofose) e perda do movimento das patas traseiras (parestesia) também pode ocorrer. Mas como prevenir a leishmaniose? Para esclarecer essa dúvida, conversamos com a veterinária Fernanda Serafim, que listou os 5 segredos para proteger os pets dessa grave doença. Confira! 

1) Leishmaniose: coleira repelente é o método mais eficaz

A coleira contra leishmaniose é uma opção muito indicada para afastar as fêmeas do mosquito-palha, principal vetor da doença. A veterinária Fernanda explicou exatamente como funciona a ação desse acessório: “É um método bastante eficaz. A coleira é impregnada com um inseticida que espanta e mata o mosquito-palha, e sua ação dura de 4 a 6 meses. Durante este período, os cães ficam protegidos contra a picada do mosquito e ela ainda ajuda a diminuir o número de insetos, evitando a disseminação da doença.” Algumas coleiras, a depender do fabricante, também têm ação contra pulgas e carrapatos.

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cachorro usando coleira antipulgas ao ar livre
A coleira contra leishmaniose é um método eficaz que também previne a ação de carrapatos

2) Acompanhamento veterinário é essencial para prevenção da leishmaniose e outras doenças 

Levar o animal no veterinário não é só importante para a prevenção da leishmaniose, como para evitar várias outras doenças. O médico veterinário é o único profissional capacitado para diagnosticar e indicar qual tratamento é o mais recomendado para o pet, por isso, é sempre bom ter em mente de quanto em quanto tempo precisa levar o cachorro no veterinário de acordo com suas especificidades. 

3) Exames periódicos são aliados de um diagnóstico precoce da leishmaniose

A leishmaniose em cães pode levar a graves complicações de saúde e o diagnóstico precoce permite que o médico veterinário contenha o avanço da doença antes dela se tornar fatal para o animal. Por isso, para conseguir evitar o avanço da leishmaniose no organismo do cão, é muito importante estar com os exames em dia. Por exemplo, no caso da leishmaniose visceral, a prevenção associada aos exames de rotina são essenciais para o diagnóstico precoce e para evitar que a doença evolua: no estágio mais avançado, em que os órgãos internos já estão afetados, a morte é inevitável. Por outro lado, a doença pode ser controlada se o diagnóstico for feito logo no início.

“A leishmaniose muitas vezes é assintomática e leva anos para se manifestar. Para ter certeza que o seu animal está livre da doença, leve-o para realizar exames periódicos. O diagnóstico pode ser feito com um simples exame de sangue em cães, e quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de manter a qualidade de vida do pet e impedir que outros indivíduos sejam contaminados", explica a veterinária Fernanda. 

4) Ambiente limpo impede a proliferação dos protozoários causadores da leishmaniose canina

Saber como limpar o ambiente em que seu pet vive é fundamental para prevenir contra vários tipos de agentes externos causadores de doenças, inclusive o da leishmaniose. Segundo a especialista, a higiene do casa afasta o causador do mosquito: “O mosquito palha se reproduz e gosta de viver em ambientes sujos, com restos de material orgânico, umidade e pouca iluminação. Por isso, para prevenir a leishmaniose, é essencial manter sua casa limpa, sem acúmulo de lixo, fezes ou acúmulo de folhas mortas." Se você mora em zonas rurais, mantenha a vegetação sempre bem aparada e livre de sujeiras, além de não deixar o cachorro andar pelo local sem a devida proteção.

5) Leishmaniose: vacina é a melhor forma de prevenção?

Por mais que a eficácia da vacina não ofereça uma imunidade completa ao animal,  não tem como pensar em “leishmaniose e prevenção” sem citar a vacinação. Como a maioria das vacinas para cachorro, ela possui em sua composição partes do parasita para estimular a resposta imunológica do animal a partir da produção de anticorpos no organismo. A veterinária Fernanda explica quando é indicado vacinar o cachorro:  “A vacina deve ser aplicada no filhote de cachorro a partir dos 4 meses de vida, com intervalos de 21 dias, e depois disso, ela passa a ser dose única anual." Já quando falamos nos gatos, por não serem hospedeiros comuns dessa doença, não há a necessidade de vaciná-los contra a leishmaniose. 

No entanto, a fabricação e venda da vacina contra leishmaniose foi suspensa em maio desse ano após uma fiscalização realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. De acordo com os fiscais, as vacinas apresentaram uma quantidade da proteína A2 abaixo do limite estabelecido, o que poderia atrapalhar a eficácia da vacina e gerar risco para a saúde do animal.

* Até a data de publicação desta matéria, não há previsão da volta da vacina contra leishmaniose para o mercado.

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