Cachorro

Pancreatite em cachorro: aprenda a reconhecer 6 sinais da doença que vão ajudar no diagnóstico mais rápido

Publicado - 16 Julho 2024 - 17h41

Atualizado - 07 Agosto 2024 - 15h51

Gabriel Mora de Barros / Médico Veterinário com especialização intensiva em UTI

CRMV 34.194-SP

Médico Veterinário formado pela FMU/SP em 2013. Especialização intensiva em UTI pela ANCLIVEPA/SPSP, entre 2013 e 2014. Pós-graduação em clínica médica e cirúrgica pela UNISA/SP, 2016. Diplomado Internacional de Endocrinologia pela USAL/Argentina, 2019 a 2021. Sócio Fundador da MEV – Metabolismo e Endocrinologia Veterinária (2018).

Foto da Laura Furtado - Redatora

Laura Furtado / Redatora

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Desde pequena, sempre tive um amor e carinho especial por todos os animais. Quando completei 6 anos, meus pais me presentearam com um cãozinho da raça Bichon Frisé que chamamos de Billy. Foi o dia mais feliz da minha vida, fiquei horas chorando sem acreditar que ele era meu. Billy viveu 14 anos com a gente, mas virou uma estrelinha em 2019 depois de uma história linda ao nosso lado.

Em 2019, ganhei da minha sogra uma Dachshund, o famoso salsichinha, e desde então minha vida voltou a fazer sentido. Pode parecer clichê, mas nada explica o sentimento de amor e carinho que ter um pet proporciona. Nós decidimos chamar ela de Teteia, e não poderia existir nome melhor pra descrever ela. Teteia significa moça atraente, e a minha Teteia salsicha é realmente a coisa mais linda do mundo, além de ser extremamente carinhosa, companheira e engraçada.

Em 2023, participei de uma entrevista e entrei para o time do Patas da Casa. Fiquei muito feliz, porque sempre tive afinidade e carinho pelos animais, e não há nada melhor do que escrever sobre coisas que a gente ama, né. Me identifiquei de cara com os valores do Patas e sempre considerei o projeto de suma importância para tutores que, assim como eu, buscam se informar para garantir o melhor para os pets. Desde então, cada dia tem sido um aprendizado, e sou muito feliz por fazer parte de um projeto tão especial quanto o Patas.

• Filme com animal preferido: “Marley e Eu”
• Uma raça de cachorro: Vira-lata
• Uma raça de gato: Siamês
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os cães de suporte emocional podem agir como 'terapeutas', ajudando pacientes com ansiedade, depressão, autismo e estresse pós-traumático
• A curiosidade favorita sobre gatos: Os gatinhos tem efeitos positivos na sáude mental e física dos humanos
• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
• Um aprendizado: Adotar cachorro ou gato pode mudar a vida das pessoas e dos animais para melhores, trazendo muito amor e felicidade
• Nome de pet favorito: Larica

A pancreatite em cachorro é uma doença que merece a atenção dos tutores. A patologia afeta o pâncreas, órgão essencial para a produção de enzimas que auxiliam na digestão e produção de hormônios importantes para o funcionamento do corpo. Apesar de grave, a pancreatite canina pode ser tratada se for identificada rápido, o que é crucial para garantir um tratamento eficaz e evitar complicações. Para reconhecer essa condição inflamatória, é importante estar atento aos sintomas que ela provoca nos cachorros, já que alguns deles costumam ser bastante inespecíficos e confundidos com outros quadros. Veja a seguir 6 sinais de pancreatite em cachorro que vão ajudar no diagnóstico precoce.

1) Vômito e diarreia são indicativos da pancreatite em cães

O cachorro vomitando e com diarreia são sintomas comuns a várias doenças, inclusive a pancreatite. Por serem um sintomas muito inespecíficos, não fica evidente que se trata de um caso de pancreatite em cachorro, mas esses sinais deixam claro que o sistema digestivo do peludo não está normal. Isso faz total sentido, pois uma das causas da pancreatite é a ingestão de alimentos proibidos para cachorro em excesso, como comidas gordurosas e carboidratos. Esses alimentos afetam o sistema digestivo, provocando vômitos e diarreia - que combinados a outros sintomas podem ajudar a chegar no diagnóstico. O cocô de cachorro com pancreatite fica com aspecto aquoso e pode incluir sangue.

2) A pancreatite em cachorro provoca dor abdominal

Para entender melhor os sintomas que afetam o animal, como a dor abdominal, o médico veterinário e endocrinologista Gabriel Mora explicou ao Patas da Casa o que causa pancreatite em cachorro e como ela afeta o organismo do pet: “A pancreatite em cachorro pode ser adquirida por alguns motivos. Um deles é uma ingestão rica em carboidratos e gorduras(...) Outras causas podem estar relacionadas com doenças sistêmicas crônicas, como distúrbios hormonais, principalmente o Diabetes mellitus e o Hiperadrenocorticismo.”

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Além disso, o veterinário explicou qual a relação da doença com o sintoma de dor abdominal:  “O pâncreas, além de produzir insulina, um hormônio importante para a manutenção da glicemia, também libera no intestino algumas enzimas para a digestão de alimentos. Quando há uma ingestão alta de gorduras, por exemplo, o pâncreas tem que trabalhar muito para dar conta da digestão. Isso gera tanto esforço que ele inflama, causando a famosa pancreatite em cães”.

Como consequência, o organismo do animal fica muito sensível e dolorido. A barriga pode ficar sensível ao toque, mais inchada que o normal e rígida. É por isso que,  geralmente, o diagnóstico é feito a partir desse sinal, pois a dor e distensão abdominal são um dos sintomas mais comuns da pancreatite canina

cachorro Yorkshire deitado em sofá coberto com uma manta
A pancreatite em cachorro provoca febre, perda de apetite, vômitos, diarreia e indisposição 

3) Febre alta e perda de apetite são sintomas da pancreatite canina

A febre em cachorro é outro sintoma inespecífico que dificulta um pouco o diagnóstico da pancreatite canina. De maneira geral, a febre é um sintoma que indica inflamação ou infecção no corpo do cachorro, então sempre são sinais de alerta. A temperatura normal de cachorro varia entre 37,5°C e 39,3°C, então quando ultrapassa essa média, significa que ele está com febre. Assim como acontece com os humanos, a temperatura alta deixa o cãozinho indisposto, apático e sem vontade de se alimentar. Geralmente, esse sintoma vem acompanhado de outros sinais que facilitam o diagnóstico. Em casos mais avançados da doença, quando ela não é diagnosticada no início, o cachorro emagrecendo é outro sinal que serve de alerta para a  pancreatite canina.

4) A posição de 'prece' é um sintoma da pancreatite em cachorro

Um dos sintomas de pancreatite em cachorro que passam despercebidos pelos tutores é  posição de prece. Trata-se de uma posição em que o cachorro fica apoiado nas patas dianteiras e mantém as patas traseiras levantadas, com o "bumbum" empinado (como a imagem abaixo). 

Cachorro caramelo apoiado nas patas da frente e com a parte traseira do corpo levantado
Essa posição, quando não associada a brincadeiras, pode ser um sinal de pancreatite canina

A posição da prece é muito comum durante brincadeiras para cachorro, mas se ela for reproduzida em outros momentos, acompanhada de choros e expressões de incômodo, pode indicar pancreatite. Os pets fazem isso com o propósito de aliviar as dores abdominais provocadas pela pancreatite em cachorro. A pet influencer Lolla fez uma publicação no Instagram sobre o seu diagnóstico de pancreatite canina e alertou os fãs sobre esse sintoma que muitas vezes passa despercebido: 

5) O cachorro com pancreatite pode ficar ofegante por causa das dores

O cachorro ofegante, respirando mais rápido do que o normal ou com dificuldades, pode ser um sinal de pancreatite canina devido às fortes dores que afetam o abdômen do cachorro. Esse sintoma também é comum em outras doenças, especialmente as respiratórias, mas algumas dicas podem ajudar a identificar se o cachorro está ofegante por causa da pancreatite em cachorro ou não. Basta observar quais são os outros sintomas que o animal está apresentando e repassá-los ao médico veterinário. A junção de todos os sintomas vai ajudar o especialista a chegar a um diagnóstico. 

6) O cachorro com pancreatite pode apresentar aumento ou diminuição da ingestão de água

Um outro sintoma da pancreatite em cachorro está relacionado com a hidratação. O cachorro bebendo muita água no verão é completamente normal, mas quando não há nenhum motivo para esse aumento de ingestão, é importante ficar atento, pois pode se tratar de um caso de pancreatite canina. Os vômitos e diarreia causados pela pancreatite podem deixar o cachorro desidratado e, como consequência, ele vai ingerir uma maior quantidade de líquidos para repor os nutrientes perdidos. A reação geralmente só acontece na fase pós vômitos e diarreia. Antes disso, o enjoo provocado pelo desconforto intestinal faz com que o pet beba menos água.

Como é feito o tratamento da pancreatite em cachorro?

Após o diagnóstico de pancreatite canina, o médico veterinário vai iniciar o tratamento para a recuperação do pet. Para observar a resposta do animal ao tratamento, é muito comum que ele fique internado. O tratamento consiste basicamente em fluidoterapia para cachorro para diminuir a inflamação pancreática e a viabilizar a ação dos medicamentos. É comum que os veterinários receitem remédios para dor, enjoo e também antibiótico para cachorro. Nenhum tipo de remédio caseiro para pancreatite em cachorro deve ser oferecido sem a devida indicação de um especialista. As soluções sem prescrição ou comprovação científica podem agravar o quadro e colocar a vida do seu pet em risco. 

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