Já se perguntou quanto tempo vive um gato? Essa é uma questão que pode intrigar muitos tutores, afinal é comum que a expectativa média de vida de um gato doméstico seja em torno de 15 anos, mas em alguns casos os bichanos podem superar as estimativas. Um exemplo disso é uma gata de 27 anos que chegou a ser reconhecida pelo Guinness Book em 2022 como o gato mais velho do mundo . Mas o que será que influencia na longevidade dos pets? Existem cuidados que ajudam a prolongar a vida dos animais?
O ciclo de vida dos gatos passa por diferentes fases, mas muitas vezes o que realmente determina a expectativa de vida deles é o cuidado que esses animais recebem ao longo da vida. Pensando nisso, o Patas da Casa reuniu um guia sobre tudo que você precisa saber sobre cuidados, saúde e como funciona o ciclo de vida de um gato.
O tempo de vida de um gato depende de muitos fatores
A resposta de quanto tempo um gato vive não tem a ver somente com a idade do animal, mas também com a condição de saúde e cuidados que cada pet recebe ao longo da vida. A expectativa de vida média de um gato que vive nas ruas - como um gato feral, por exemplo - é de aproximadamente 2 a 3 anos. Já os gatos que têm um lar, no geral, podem viver entre 12 e 18 anos.
Ainda assim, é importante ter em mente que isso não passa de uma estimativa, e pode variar de acordo com cada indivíduo. Algumas raças de gato apresentam predisposição genética para doenças específicas, e por isso podem ter uma expectativa de vida mais baixa. A maneira como o animal é criado também pode impactar nisso: gatos que têm livre acesso às ruas tendem a viver menos porque ficam expostos a várias doenças, acidentes e outros problemas. Por outro lado, a criação indoor - isto é, dentro de casa e longe das ruas - é uma aliada da longevidade felina.
Quanto tempo vive um gato vira-lata e um gato de raça?
O tempo de vida de um gato vira-lata é bem variável, mas se o animal for saudável e estiver livre de doenças perigosas como a FIV e a FeLV, a estimativa é de aproximadamente 20 anos. Já no caso de raças de gato específicas, a expectativa de vida segue um padrão. As raças de gato que vivem mais tempo são o Birmanês, que pode chegar a 25 anos de vida, e o Balinês, que chega a 22 anos. Já o gato Siamês, por exemplo, pode viver de 15 a 20 anos, enquanto o gato Persa, de 12 a 17 anos e o Maine Coon tem uma expectativa média de 9 a 15 anos.
Como é o ciclo de vida do gato?
As fases do ciclo de vida do gato são divididas em três: filhote, adulto e idoso. Cada fase é marcada por comportamentos típicos e cuidados específicos. Algumas doenças, inclusive, são mais frequentes - e até perigosas - em determinada faixa etária do que em outras.
E como são divididos esses ciclos? O gato cresce até que idade, afinal? A resposta é até um ano de idade. Depois disso, ele já é considerado um gato adulto, fase que perdura até os sete anos de idade. Em seguida, o animal se torna um gato idoso e assim se mantém, geralmente, até o final da vida. Caso o tempo de vida de um gato se torne superior à expectativa de vida média - ou seja, a estimativa é de 15 anos, e ele passa disso -, ele se torna um gato geriátrico.
Ciclo de vida de um gato: quais são as doenças mais comuns em cada fase?
Gato filhote - Rinotraqueíte, FIV e FeLV. Como o animal ainda não tem o sistema imunológico bem desenvolvido, são doenças que estão relacionadas com a imunidade baixa. A rinotraqueíte é uma doença viral que afeta as vias respiratórias do gato, enquanto a FIV é equivalente à AIDS humana e a FeLV é chamada de leucemia felina.
Gato adulto - Calicivirose, alergias e intoxicações. Apesar de ter o organismo mais preparado, o animal pode sofrer com doenças respiratórias, dermatológicas ou intoxicações. A calicivirose é um tipo de gripe em gatos. Já as alergias - ou dermatites em gatos - podem ter diferentes motivos, como contato com produtos químicos ou presença de pulgas e carrapatos. As intoxicações acontecem quando o animal ingere alguma substância ou alimentos que gatos não podem comer.
Gato idoso - Insuficiência renal em gatos. O maior problema na terceira fase de vida dos bichanos é a doença renal crônica, que também é chamada de insuficiência renal. O quadro é caracterizado por lesões nos rins, que impedem o funcionamento normal dos órgãos. É uma doença extremamente comum em gatos idosos e que demanda muita atenção, pois pode levar o animal a óbito sem o devido tratamento.
Fases do gato filhote: a vacinação é fundamental no início da vida
Além de saber até que idade o gato cresce, é necessário ter uma série de cuidados ao longo do primeiro ano de vida do pet, principalmente em relação à saúde dele. Como o organismo do animal é muito frágil e vulnerável nos primeiros meses, todo cuidado é pouco para mantê-lo livre de doenças. Uma grande aliada nessas horas são as vacinas para gatos. Ela deve ser aplicada a partir do 60º dia de vida do animal e reforçada entre 21 a 30 dias após a primeira dose.
Nesse primeiro momento, o tutor pode optar pela vacina quádrupla (V4) ou quíntupla (V5). A primeira previne contra rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose e panleucopenia; e a segunda protege contra as mesmas e também contra a FeLV. Depois de completar o ciclo vacinal, o pet está apto para tomar vacina contra raiva a partir do quarto mês de vida.
Também é importante que o gatinho se alimente exclusivamente do aleitamento materno nos dois primeiros meses. Depois de passar pela transição com a papinha, é chegada a hora de incluir os alimentos sólidos na rotina do pet. Procure sempre investir em uma ração para gatos filhotes de boa qualidade, pois isso ajuda no desenvolvimento do animal e fortalece a saúde dele.
O gato adulto precisa de cuidados básicos indispensáveis no dia a dia
Com o sistema imunológico mais fortalecido, o gato adulto é o que tem menos chances de adoecer, mas não quer dizer que demanda menos atenção. Ele precisa seguir uma dieta balanceada e adequada para a idade, além de ter outros cuidados básicos no seu dia a dia, especialmente em relação a estímulos físicos/mentais. Poucas pessoas sabem, mas o gato estressado tem mais chances de ficar doente, e o estresse geralmente deriva da falta de enriquecimento ambiental.
A gatificação da casa ajuda bastante nesse aspecto, proporcionando o que o animal precisa para brincar, se divertir e ativar os seus instintos selvagens (desde o comportamento de caça, até a necessidade de se esconder). Procure sempre investir em brinquedos de gato, tocas, arranhadores, prateleiras, nichos e outros apetrechos que possam ser benéficos para a saúde física e mental dos bichanos.
Além disso, não esqueça de reforçar as doses de vacina no período certo, de preferência sem atrasos, para manter o animal protegido. Outra dica é apostar na criação indoor, que garante a segurança dos gatinhos, prevenindo doenças transmissíveis, acidentes e intoxicações nas ruas.
Ciclo de vida do gato termina na terceira idade e o animal deve ter atenção redobrada com a saúde
Conforme o animal vai envelhecendo, a tendência é que o organismo fique mais enfraquecido e vulnerável. Por isso, um gato idoso precisa de ainda mais atenção com a saúde, já que ele pode desenvolver diferentes problemas nessa fase, sendo o mais comum e grave a insuficiência renal.
Alguns sinais de que o felino atingiu a terceira idade que podem ser percebidos são: pelagem esbranquiçada, alterações na visão e na audição, dentes desgastados, maior sonolência e menos disposição para atividades. As articulações também podem ficar menos flexíveis e mais frágeis. Por esse motivo, os check-ups devem ser mais frequentes nessa idade, tanto para acompanhar a saúde do animal, como para ajudar no diagnóstico precoce de algumas doenças.
Para saber como tornar a vida do gato idoso mais confortável, é importante apostar em lugares confortáveis para ele descansar e em uma alimentação de qualidade, apropriada para a faixa etária e condições de saúde do animal. Mesmo com as limitações, também é importante estimular o bichano a se movimentar e brincar. Isso vai ajudar a mantê-lo minimamente ativo, o que é bom não apenas para o corpo dele, como também para a mente, ajudando a prevenir quadros como o Alzheimer em gatos (ou disfunção cognitiva felina).
Redação: Juliana Melo
Edição: Luana Lopes