Cuidados dos animais

Surto de esporotricose: veterinária desmistifica a doença e lista 5 dicas para proteger o seu gato

Publicado - 01 Novembro 2023 - 13h55

Atualizado - 24 Janeiro 2025 - 14h31

Foto Erica Baffa - Especialista em Medicina Felina

Erica Baffa / Especialista em Medicina Felina

CRMV CRMV-ES: 1124

Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Vila Velha (UVV) em 2007. Pós-graduação em Clínica Médica e Cirúrgica de Felinos pelo Instituto Qualittas (2017). Membra da Academia Brasileira de Clínicos de Felinos (ABFEL), responsável pelo setor de medicina felina do hospital SOS Veterinário.

Foto da Laura Furtado - Redatora

Laura Furtado / Redatora

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Desde pequena, sempre tive um amor e carinho especial por todos os animais. Quando completei 6 anos, meus pais me presentearam com um cãozinho da raça Bichon Frisé que chamamos de Billy. Foi o dia mais feliz da minha vida, fiquei horas chorando sem acreditar que ele era meu. Billy viveu 14 anos com a gente, mas virou uma estrelinha em 2019 depois de uma história linda ao nosso lado.

Em 2019, ganhei da minha sogra uma Dachshund, o famoso salsichinha, e desde então minha vida voltou a fazer sentido. Pode parecer clichê, mas nada explica o sentimento de amor e carinho que ter um pet proporciona. Nós decidimos chamar ela de Teteia, e não poderia existir nome melhor pra descrever ela. Teteia significa moça atraente, e a minha Teteia salsicha é realmente a coisa mais linda do mundo, além de ser extremamente carinhosa, companheira e engraçada.

Em 2023, participei de uma entrevista e entrei para o time do Patas da Casa. Fiquei muito feliz, porque sempre tive afinidade e carinho pelos animais, e não há nada melhor do que escrever sobre coisas que a gente ama, né. Me identifiquei de cara com os valores do Patas e sempre considerei o projeto de suma importância para tutores que, assim como eu, buscam se informar para garantir o melhor para os pets. Desde então, cada dia tem sido um aprendizado, e sou muito feliz por fazer parte de um projeto tão especial quanto o Patas.

• Filme com animal preferido: “Marley e Eu”
• Uma raça de cachorro: Vira-lata
• Uma raça de gato: Siamês
• A curiosidade favorita sobre cachorros: Os cães de suporte emocional podem agir como 'terapeutas', ajudando pacientes com ansiedade, depressão, autismo e estresse pós-traumático
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• Sobre o que mais gosta de escrever no universo pet: Comportamento animal
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O aumento significativo de casos de esporotricose no Brasil tem gerado grande preocupação entre os tutores de felinos. Afinal, essa é considerada uma das doenças mais graves que afetam os bichanos. Causada por um fungo, a esporotricose em gatos é extremamente contagiosa e é caracterizada por provocar graves feridas na pele do animal. Para compreender o que desencadeou o surto da esporotricose e aprender como proteger os felinos dessa perigosa doença, o Patas da Casa conversou com a veterinária especialista em gatos, Érica Baffa, formada pela Universidade de Vila Velha (UVV).

Qual é o agente causador da esporotricose?

O fungo Sporothrix schenckii é quem causa a esporotricose felina, podendo ser encontrado na natureza, na terra, em matérias orgânicas, folhagens em decomposição, tronco de árvores e até no espinho de flores. Por isso essa doença também é conhecida como doença do jardineiro.

Como se inicia a esporotricose? 

Para aprender a proteger os bichanos dessa doença, é preciso entender como se inicia a esporotricose felina. Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a contaminação acontece a partir do contato com lugares ou outros animais contaminados, que podem ser gatos, cachorros, bois, porcos, cavalos e até humanos. 

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Mas o que está causando o surto de esporotricose no país? De acordo com Érica, esse fungo se desenvolve em climas tropicais e subtropicais, então nosso próprio clima favorece a proliferação. Além disso, ela reafirma a importância de médicos veterinários notificarem a doença: “É necessário que os veterinários notifiquem toda vez que estiverem frente a essa doença, para que possam ser geradas políticas públicas de controle, inclusive populacional dos animais errantes, para que haja o recolhimento desses animais e o devido tratamento.“

Como saber se o gato está com esporotricose?

No início da doença, o tutor pode se deparar com feridas em gatos bem perceptíveis que tendem a piorar e caroços pelo corpo do animal, além de fraqueza, febre, falta de apetite e anorexia. Na medida em que a doença evolui, os sintomas da esporotricose vão se agravando e podem atingir o pulmão dos gatinhos, provocando falta de ar e  tosse.

De acordo com Érica, os gatinhos são mais suscetíveis a desenvolverem a esporotricose felina: “Os felinos, quando comparados a outras espécies, são mais sensíveis a apresentarem lesões mais crostosas, mais exuberantes e exsudativas, inclusive com uma carga de leveduras maior. E essas lesões normalmente podem acontecer na região da face e membros, mas a esporotricose também pode se iniciar com quadros sutis, com espirros e lesões nasais.”

Atenção!Gato com esporotricoseGato com esporotricose

Como se pega esporotricose em humanos?

Por ser uma doença transmissível para os seres humanos, a esporotricose é considerada uma zoonose e uma questão de saúde pública, pois além de afetar a saúde animal, também influencia na saúde da população. Assim como os felinos, a esporotricose humana é contraída através do contato direto com o fungo causador da doença ou com outros animais infectados. 

A veterinária Érica Baffa dá algumas dicas para prevenir a esporotricose em humanos: “Para prevenção e controle, a principal medida a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas, bem como o uso de calçados em trabalhos rurais. Os cuidados dos médicos veterinários em relação ao manuseio de felinos que possam ter esporotricose, como luvas, óculos de proteção, jalecos de manga comprida, são medidas preventivas importantes para não pegar a doença.“ 

E como prevenir a esporotricose em gatos?

Não sabe como prevenir a esporotricose felina? Confira 5 dicas que a veterinária Érica Baffa compartilhou com o Patas da Casa para prevenir os gatinhos dessa grave doença.

1) A castração pode prevenir a esporotricose em gatos 

A esporotricose felina é transmitida através do contato com animais ou locais contaminados, então uma das maneiras de evitar a doença é com a cirurgia de castração de gato. “Quando o gato é castrado, os anseios de dar uma voltinha na rua em busca de fêmea ou demarcação territorial reduzem”, explica Érica. Ou seja, é fundamental manter os felinos em casa para prevenir o contato com o fungo causador da doença, além de diminuir as chances de um gato envenenado, atropelado ou mau tratado.

2) Consultas regulares com o veterinário previnem a esporotricose 

Consultar um veterinário regularmente não previne diretamente a doença, porém, pode ajudar no diagnóstico precoce e, consequentemente, em um tratamento mais eficaz. Inclusive, segundo a veterinária Érica, o tratamento contra a esporotricose é um dos desafios da doença: ‘É uma doença que exige um tratamento a longo prazo, de seis meses até um ano. Outro desafio são os custos da medicação, pois nem sempre é utilizado um só medicamento no tratamento, em muitas circunstâncias acaba sendo multiteraptico, o que encarece”. 

Além disso, a própria dificuldade de administrar medicamentos para os gatos pode ser um pequeno desafio enfrentado pelo tutor. Por isso é importante aprender como dar comprimido para gatos e ter muita paciência durante esse processo, ok? Isso vai evitar um gato estressado e agressivo. 

3) Evitar contato com o fungo é a melhor forma de prevenir a esporotricose em gatos

Já que a esporotricose felina é extremamente contagiosa, a melhor forma de prevenir os gatinhos desse mal é evitando de todas as formas o contato com ambientes que contenham muita folha, troncos e terra.  “É importante evitar contato com matérias orgânicas, folhagens em decomposição e tomar cuidado com terra e jardins onde pode estar presente esse fungo. Por isso, nós sempre indicamos para os tutores a plantarem o próprio jardim com plantas seguras para gatos, como milho de pipoca e alpiste, até mesmo aqueles jardins olfativos, com manjericão, manjerona e cidreira”.

castração de gato
Esporotricose: a castração pode evitar que o felino escape de casa e contraia a doença

4) Manter o ambiente limpo evita a proliferação do fungo da esporotricose

É importantíssimo saber como limpar o ambiente em que seu pet vive para evitar a proliferação de doenças e de parasitas, como pulgas e carrapatos em gato. Assim, é recomendado varrer o quintal sempre para não deixar acumular folhagens e lixos. Lembre-se de tomar cuidado com produtos que tenham um cheiro muito forte para evitar um caso de alergia em gato, ok?

5) Telas de proteção ajudam na prevenção da esporotricose

Além da castração, a tela de proteção para gatos em janelas, portas e muros, é uma ótima forma de evitar que o bichano não dê voltinhas na ruas e contraia a esporotricose. A criação indoor, que nada mais é do que criar o felino sem acesso às ruas, é importantíssima para a saúde do gato, pois evita que o gatinho contraia doenças gravíssimas e que podem ser fatais. 

Esporotricose felina: o abandono não é solução 

Infelizmente, há tutores que optam por abandonar os gatinhos diagnosticados com a esporotricose felina. Antes de adotar gato, é fundamental refletir se o adotante vai ter condições físicas e emocionais para cuidar do pet, independentemente de sua condição de saúde.

Érica recorda aos tutores que a esporotricose não deve ser motivo de abandono animal: “Lembre-se que essa doença tem tratamento, tem cura e deve ser realizada para que eles fiquem bem. Além disso, é importante lembrar que o gato não deve ser considerado vilão, e sim uma vítima, porque ele acaba pegando esse fungo no ambiente, assim como outras espécies, inclusive os humanos.” Por isso, jamais abandone o seu bichinho de estimação, especialmente quando ele mais precisa de você. 

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