A anatomia do gato é realmente surpreendente! Dentre tantas habilidades, uma das coisas que mais chamam a atenção nessa espécie é a incrível capacidade que os felinos têm de se adaptar a todo tipo de recipiente, mesmo os mais apertadinhos.
É por causa dessa curiosa aptidão que físicos começaram a se questionar sobre o estado físico dos bichanos: será que os gatos são líquidos? Para entender melhor esta teoria, o Patas da Casa foi atrás de mais detalhes sobre a super flexibilidade dos pets.
Afinal, será que os gatos são líquidos?
A teoria de que os gatos são líquidos pode causar um certo estranhamento em um primeiro momento, mas tem lógica. Pelo menos do ponto de vista da física — e isso não somos nós que estamos falando, e sim o físico e pesquisador Marc-Antoine Fardin, da Universidade Paris Diderot.
Você provavelmente já viu um vídeo engraçado de gato onde o bichano entrava dentro de um pote ou de uma caixa extremamente pequena, né?! Esses vídeos são super comuns e fazem um sucesso enorme nas redes sociais. Ao mesmo tempo, eles acabam gerando dúvidas: como pode um felino ter tamanha flexibilidade a ponto de caber em qualquer lugar?
Foi por isso que Marc-Antoine se dedicou a estudar a ‘liquidez’ dos gatos a partir da reologia, área da física que estuda o comportamento da fluidez das matérias. E não se iluda: apesar de parecer uma brincadeira, o pesquisador levou o assunto bastante a sério e usou, inclusive, equações e outras ferramentas para comprovar o seu ponto de vista.
O autor do estudo, em artigo publicado no The Conversation, um site de divulgação científica, afirma que a definição de um líquido consiste em uma ação: modificar sua forma para coincidir com a de um recipiente. Essa ação precisa ter uma duração característica, e, na reologia, isso seria chamado de tempo de relaxamento.
Para determinar se algo é líquido ou não, tudo vai depender se o fenômeno em questão foi observado por um período de tempo maior ou menor que o tempo de relaxamento. Seguindo essa lógica — e com base na análise de várias propriedades físicas, como capilaridade e viscosidade da matéria —, Marc alega que os gatos conseguem adaptar sua forma à do recipiente se eles tiverem tempo suficiente.
Então, de uma maneira geral, o cientista acredita que gatos são líquidos se dermos a eles tempo para se tornarem líquidos. Mas não leve isso muito a sério! Essa divertida pesquisa até rendeu a Marc um prêmio IgNobel, uma paródia engraçadinha do Nobel que faz as pessoas rirem e pensarem, mas é claro que os gatinhos são sólidos — e muito apertáveis por sinal!
O que há por trás da incrível flexibilidade dos gatos?
A anatomia felina é o que realmente permite tanta flexibilidade aos bichanos. A coluna vertebral desses animais não têm ligamentos, e sim músculos no lugar, o que possibilita uma agilidade impressionante a esses animais. A musculatura dos gatos, inclusive, tem alta capacidade de expansão e contração, e é justamente por isso que muitas vezes os pets parecem até uma mola.
Outro ponto importante e curioso na anatomia dos gatos é que eles não têm clavícula. No lugar desse ossinho fica uma cartilagem, que é o que permite a entrada e saída desses animais de lugares tão estreitos. Por isso, se você ver seu gato escondido em um cantinho pequeno, não é porque ele é líquido, e sim porque, anatomicamente, ele tem o corpo preparado para isso.
Outras curiosidades sobre a anatomia felina
Você sabia, por exemplo, que a audição dos gatos é bastante poderosa? Esses animais podem ouvir até 65.000Hz, enquanto os humanos se limitam a 20.000Hz. Inclusive, no ouvido do gato existe uma estrutura chamada labirinto, que é o que permite que esses animais tenham um incrível senso de equilíbrio. Sabe quando o gato cai em pé? É porque o labirinto foi ativado!
O olfato felino também é super aguçado. Esses animais possuem cerca de 67 milhões de células olfativas, enquanto os humanos têm apenas 5 milhões dessas mesmas células. Mas, por outro lado, o paladar do gato é mais limitado. Enquanto eles têm apenas 400 papilas gustativas, nós temos entre 2 mil e 8 mil, e por isso sentimos o gosto de muitas mais coisas — e por isso o paladar felino é tão exigente.