No mundo todo, estima-se que existem cerca de 400 raças de cachorro espalhadas, com padrões de tamanho, características físicas e personalidade completamente diferentes. Mas essa variabilidade entre as raças também se estende para a expectativa de vida dos peludos. Um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido reuniu cerca de 580 mil cães britânicos, de 150 raças diferentes, para analisar quais são aquelas que vivem mais e menos tempo. O Patas da Casa vai te contar quais são essas raças de cachorro, expectativa de vida de cada uma delas e quais são os fatores que influenciaram nesse resultado.
Pesquisa revela quais raças de cachorro vivem menos tempo
Um estudo publicado na revista Scientific Reports revelou quais são as raças de cachorro que vivem menos tempo, ou seja, que possuem uma menor expectativa de vida. Mas um cachorro vive quantos anos, afinal? De modo geral, as estimativas de longevidade para um cão médio variam entre 10,0 a 13,7 anos de idade, com variação dependendo do país ou raça específica. Então para chegar a conclusão de quais raça vivem menos, eles reuniram quase 600 mil cães britânicos e analisaram fatores como a raça, o tamanho do corpo, o sexo e o índice cefálico.
No estudo, os pesquisadores revelaram quantos anos vive um cachorro em média. De acordo com eles, a expectativa média para raças de pequeno e médio porte foi de 12,7 anos e 12,5 anos, respectivamente. Já para raças de grande porte, a média ficou estabelecida em 11,9 anos. O grande diferencial dessa pesquisa é que os pesquisadores exploraram como a raça, o formato de corpo e do rosto do animal se relacionam com a reprodução artificial, e como isso afeta a expectativa de vida de um cão.
Eles concluíram que práticas de reprodução artificial, como a endogamia, além da seleção de características e isolamento populacional, podem reduzir a diversidade genética e levar a grandes problemas de saúde. O estudo também revelou quais raças de cachorro vivem mais tempo.
Um dos fatores que mais influenciaram na expectativa de vida de um cachorro, segundo os pesquisadores da pesquisa inglesa, é o porte. E isso faz total sentido com outras pesquisas da área que estudam a expectativa de vida do cachorro. Acredita-se que isso acontece porque os cães de porte grandes possuem um coração de cachorro proporcionalmente menor do que o tamanho corporal quando comparados aos cães pequenos. Isso faz com que eles realizem um esforço bem maior para bombear o sangue para todo o corpo, o que leva a um maior desgaste do coração. De acordo com o estudo do Reino Unido, todos esses cães grandes apresentam um risco 20% maior de morte precoce em comparação com cães pequenos.
Confira a seguir quais são as raças de cachorro com menor expectativa de vida, de acordo com a Ciência.
1) Pastor do Cáucaso
O Pastor do Cáucaso, também conhecido como Pastor Caucasiano, é a raça de cachorro que ficou estabelecida como a que vive menos tempo entre todas as outras. A média de vida desse peludo gira em torno de 5,4 anos apenas, o que é bem abaixo do que se espera da expectativa de vida dos cães.
Esse cachorro de origem Russa existe há muitos anos, mas só foi oficialmente reconhecido em 1930 na Alemanha Oriental. Ele é considerado um cachorro gigante, e isso tem bastante influência na expectativa de vida desse peludo. Medem cerca de 75 centímetros e podem chegar a pesar 50 kg. Por ser um cão grande, esse peludo pode sofrer com a displasia coxofemoral em cães e outras doenças como o hipetireodismo e a obesidade canina.
2) Dogo Canário
O Dogo Canário, também conhecido como Presa Canário, é outro cachorro gigante que possui uma expectativa de vida baixíssima. De acordo com o estudo, essa raça de cachorro vive em média 7,7 anos, e assim como Pastor do Cáucaso, o grande tamanho influencia nessa estimativa. Eles podem chegar a medir 65 centímetros e pesar 65 quilos. Também tem tendência a desenvolver a displasia coxofemoral, uma doença que afeta a mobilidade do animal e provoca forte incômodo.
3) Cane Corso
O Cane Corso é uma das raças de cachorro que possui a menor expectativa de vida, aproximadamente de 8,1 anos. Ele também é um cão de grande porte, pode medir entre 60 e 68 centímetros e pesar 50 quilos. Assim como os cães citados acima, também podem sofrer com a displasia coxofemoral, uma das doenças hereditárias mais comuns em cães de grande porte. Ele também pode sofrer com a torção gástrica e tem tendência a desenvolver obesidade.
4) São Bernardo
O São Bernardo é uma das raças de cachorro gigante mais famosas e populares do mundo. Apesar do porte grande, podem chegar a medir 90 cm de altura e pesar 90 quilos, esses peludos são super gentis e carinhosos. Os principais problemas de saúde que esse cão sofre é a displasia e torção gástrica, mas eles também podem apresentar problemas oculares, cardíacos e gastrointestinais ao longo da vida.
5) Bloodhound
O Bloodhound, considerada uma das raças de cachorro mais preguiçosas que existem, também está na lista dos cães que possuem uma menor expectativa de vida, que gira em torno de 9,3 anos. Ele também é considerado um cão de grande porte, pode chegar a medir 68 centímetros e pesar 58 quilos. Por ser um cachorro com orelha grande, pode sofrer com infecções de ouvido. O corpo desse cãozinho é cheio de dobrinhas, então eles também têm tendência a desenvolver dermatite nesses locais. Além disso, podem sofrer com a displasia, torção gástrica e problemas oculares.
6) Affenpinscher
Originário da Alemanha, o Affenpinscher é uma das raças de cachorro mais antigas que existem. Ele possui uma expectativa de vida de 9,3 anos, mas diferente dos cães citados, ele não é um cãozinho grande. Na verdade, ele é um cachorro de porte pequeno, pesa entre 6 quilos e mede 30 centímetros. Esses peludos podem sofrer com alguns problemas de saúde ao longo da vida, como o colapso de traqueia, luxação da patela, problemas dentários, cardíacos e também com a displasia. Porém, não se sabe ao certo o porque esses cãezinhos pequenos apresentam uma expectativa de vida tão baixa.
7) Mastim Inglês
O Mastim Inglês é uma das raças de cachorro grande que não têm grande expectativa de vida. Em média, os especialistas calculam que esses peludos podem viver 9 anos. Esse cachorro gigante pode chegar a medir incríveis 90 centímetros e pesar 100 quilos, quase a mesma coisa que um Dogue Alemão, considerado a maior raça de todas. Como se espera de um cão grande, o Mastiff Inglês têm alta predisposição a desenvolver displasia coxofemoral, mas também podem sofrer com dermatites, síndrome de Wobbler e torção gástrica.
8) Mastim Napolitano
O Mastim Napolitano, um cão gigante originário da Itália, é uma das raças de cachorro que também pode viver em média 9,3 anos. Esses peludos, considerado um dos mais antigos do mundo, podem chegar a medir 70 centímetros de altura e pesar 70 quilos. Por ter o corpo cheio de dobrinhas, o Mastim Napolitano pode sofrer com a dermatite em cachorro ao longo da vida devido ao acúmulo de bactérias e fungos na região. Além disso, também podem apresentar displasia coxofemoral, deficiência de cálcio e o olho de cereja em cachorro, doença que tem como sintoma principal uma uma pequena bolinha vermelha localizada no canto do olho do animal.
9) Bulldog Inglês
De acordo com a pesquisa realizada no Reino Unido, um cachorro braquicefálico, isto é, que apresenta o focinho achatado, apresenta um risco 40% maior de morte precoce em comparação aos cães de focinho médio. O Bulldog Inglês, por exemplo, apresenta uma expectativa média de 9,8 anos de vida. De acordo com os pesquisadores, essa expectativa de vida mais reduzida pode ter relação com os problemas respiratórios e as doenças cardíacas que são comuns na raça. O Bulldog Inglês apresenta uma saúde mais fragilizada e pode sofrer com problemas como doenças oculares, articulares e dermatológicas.
10) Bulldog Francês
Assim como o Bulldog Inglês, o Bulldog Francês também apresenta uma expectativa de vida de 9,8 anos. Ele também faz parte das raças de cachorros braquicefálicos, então naturalmente vive menos tempo que outras raças devido às próprias características físicas dele. Devido ao focinho achatado, esses peludos podem sofrer com problemas respiratórios, especialmente nos dias mais quentes. Também podem apresentar quadros oftalmológicos e dermatológicos.