O AVC em cães é uma condição tão perigosa para os pets quanto é para os humanos. Não é muito comum que cachorros tenham esse problema mas, quando acontece, pode trazer sequelas ao animal. O AVC em cachorro - também conhecido como derrame em cachorro - pode ter diferentes causas e precisa de cuidados imediatos para evitar consequências sérias à saúde. Apesar de ser um termo bem conhecido, muitas pessoas têm dúvidas sobre essa doença. Afinal, o que é um AVC? Quais são as sequelas de um AVC em cachorro? Sintomas são sempre os mesmos? Cachorro com AVC sente dor? O Patas da Casa tira todas as dúvidas sobre essa condição e ainda explica o que fazer ao ver um cãozinho tendo um derrame. Confira!
O AVC em cães acontece quando não há fornecimento adequado de sangue ao cérebro
Qualquer célula precisa de oxigênio para funcionar. O oxigênio captado pela respiração do cachorro é levado até os pulmões e de lá é transferido para o sangue. O sangue com oxigênio e outros nutrientes essenciais (como glicose) percorre o corpo por meio dos vasos sanguíneos e “alimenta” as células de todo o organismo - incluindo as células cerebrais. O acidente vascular cerebral/encefálico (conhecido como AVC ou derrame) em cachorro acontece quando, por algum motivo, o vaso sanguíneo não consegue levar o oxigênio até as células do cérebro. Como elas não recebem oxigênio, não funcionam corretamente. Assim, podemos definir o AVC em cães como a condição em que o cérebro não recebe sangue adequadamente, resultando na deficiência de componentes fundamentais para o funcionamento de suas células.
O AVC em cachorro pode ser do tipo isquêmico ou hemorrágico
O AVC em cachorros pode ser dividido em dois tipos de acordo com o que causou a condição no pet. São eles:
AVC em cachorro isquêmico: Esse tipo de AVC canino ocorre quando há alguma coisa obstruindo a passagem de sangue no vaso sanguíneo. Dependendo da causa da obstrução, pode ser de dois tipos. O AVC isquêmico embólico ocorre quando há formação de êmbolos, que são pequenas porções de matéria como gordura, ar, tecidos, bactérias ou corpos estranhos. Já o AVC isquêmico trombótico ocorre quando há formação de trombos, que são coágulos no sangue.
AVC em cachorro hemorrágico: Nesse tipo de AVC canino, o que acontece é uma ruptura dos vasos sanguíneos que levam o sangue até o cérebro. Com o rompimento, acontece uma hemorragia no local e o sangue não consegue chegar até as células cerebrais.
As causas do derrame em cachorro são muito variadas
Não existe uma única causa para o AVC em cachorro. Diversas condições e doenças podem levar à obstrução ou ao rompimento dos vasos sanguíneos. A causa mais conhecida de AVC em cães são as doenças no coração, pois ele é o órgão responsável pelo bombeamento de sangue. Diversas doenças cardíacas causam coágulos que levam ao AVC canino. Outros problemas que podem ser associados ao derrame em cachorro são tumores cerebrais, insuficiência renal, coágulos após cirurgias, acidentes que causam hemorragias e problemas de coagulação. Podemos citar ainda a erliquiose (doença que diminui o número de plaquetas - células que fazem a coagulação - impedindo, assim, uma resposta no caso de rompimento dos vasos) e a dirofilariose canina (o famoso verme no coração que migra pela corrente sanguínea obstruindo a passagem de sangue).
Existem alguns fatores de predisposição que facilitam o aparecimento de AVC em cachorros
Como o AVC em cachorros têm diferentes causas, qualquer pet pode desenvolver o problema. Porém, existem certos fatores de predisposição que alguns cães podem ter. A hipertensão é um deles. O cachorro hipertenso tem valores muito altos de pressão arterial que facilitam o aparecimento de um AVC canino. Condições associadas à hipertensão, como doença renal e arteriosclerose também são fatores de risco. O cachorro com excesso de peso também têm maior predisposição a sofrer um acidente vascular encefálico.
AVC em cachorros: sintomas neurológicos que afetam o pet
Por ser uma doença de causas variadas, o acidente vascular cerebral pode se manifestar de maneiras diferentes em cada caso. Porém, na maioria dos casos de AVC em cachorros, sintomas neurológicos se mantêm e são os mais característicos. Dentre os mais comuns podemos citar:
- Convulsão
- Paralisia
- Hemiparesia (diminuição dos movimentos em um dos lados do corpo)
- Tetraparesia (diminuição dos movimentos nos dois lados do corpo)
- Cachorro com a boca torta
- Dificuldade de manter a postura
- Fraqueza muscular
- Ataxia
- Tontura
- Hipertermia
- Nistagmo (movimento rápido dos olhos)
Uma dúvida comum é se o cachorro com AVC sente dor. Em um derrame em cachorro, sintomas costumam estar mais associados a problemas neurológicos, de força e coordenação motora. Por isso, a dor não é um dos sinais mais comuns desta condição. Porém, em alguns casos, o cachorro com AVC sente dor não necessariamente por causa do AVC em si, mas porque a falta de coordenação pode fazê-lo se machucar e mancar - condições que realmente causam dor no pet.
O que fazer após perceber os sintomas de AVC em cachorro?
Em um AVC em cachorro, sintomas costumam aparecer subitamente, principalmente se for do tipo isquêmico embólico. Essa condição é muito grave porque se o cérebro ficar sem oxigênio e nutrientes por muito tempo, pode perder sua funcionalidade de vez e levar o animal a óbito. Por isso, se vir o cachorro com a boca torta, movimentos diminuídos , fraqueza, incoordenação ou qualquer um dos sintomas de AVC em cachorro, é importante agir rápido. O primeiro passo é colocar o animal em um local confortável e afastado de móveis ou objetos que possam machucá-lo em caso de convulsão ou queda. Depois, o animal precisa ser encaminhado imediatamente a uma emergência veterinária para que o diagnóstico seja confirmado e os cuidados sejam iniciados.
Para diagnosticar o AVC em cachorros, o pet precisará fazer tomografia e alguns outros exames
Em um quadro de AVC em cachorros, sintomas já costumam dar a pista de que o pet está realmente tendo um acidente vascular encefálico. Porém, como é uma condição muito séria, o veterinário vai requisitar uma série de exames para ter certeza do diagnóstico. A tomografia computadorizada é um exame de imagem que vai ajudar nessa definição - o pet precisa estar anestesiado para fazê-lo. Além disso, para diagnosticar o AVC em cães com maior precisão, é comum que se precise fazer também exames de sangue, urina, radiografias, eletrocardiograma e avaliação da pressão arterial. É muita coisa, mas como o AVC em cachorros pode ter tantas causas, é importante investigar bem para saber a verdadeira e, assim, definir qual é o melhor cuidado a ser tomado.
Quando o cachorro tem AVC, tratamento de suporte e acompanhamento veterinário é essencial
Não existe um protocolo específico de como tratar o AVC em cães, uma vez que cada caso tem diferentes causas, proporções e locais do cérebro afetados. Logo após o derrame em cachorro acontecer, o veterinário vai estabilizar o pet, oferecendo oxigênio e os nutrientes que faltam. Ele vai realizar todos os procedimentos necessários para manter os sinais vitais estáveis. Normalmente, quando um cachorro tem AVC, precisa ficar internado para ser melhor monitorado. A partir daí, não tem como especificar o que será feito, pois o tratamento dependerá da resposta do animal e do que causou o problema. Se for um tumor, por exemplo, será necessário realizar o tratamento para o câncer. O mesmo acontece para erliquiose, dirofilariose, insuficiência renal e qualquer outra doença que tenha levado ao quadro. Se houver sequelas, o pet precisará de acompanhamento frequente.
O AVC em cães pode deixar sequelas neurológicas por toda a vida do animal
Pouco tempo sem receber oxigênio do cérebro já pode ser o suficiente para que danos permanentes apareçam. No AVC em cachorro, podem surgir sequelas que o pet vai levar para o resto da vida. Após um acidente vascular encefálico, o animal pode passar a ter convulsões frequentes, perder ou ter uma diminuição dos movimentos de um ou dois lados do corpo, tremedeira, dificuldade de andar e dificuldade para piscar. Nem sempre o pet vai ter sequelas - em alguns casos, o tratamento de suporte consegue reverter o problema. Porém, caso o animal tenha alguma dessas complicações, é muito importante que ela seja sempre monitorada e avaliada com visitas frequentes ao veterinário e seguindo sempre suas recomendações. No caso de diminuição dos movimentos, por exemplo, pode ser necessário realizar algumas mudanças em casa, como a instalação de rampas para facilitar a locomoção.
O tutor precisa tomar cuidados especiais para que um novo AVC canino não afete o pet que se recuperou
Se o seu cãozinho teve um acidente vascular cerebral, é importante cuidar para que ele não passe por tudo de novo. A melhor forma de fazer isso é cuidando da origem do problema. Se o AVC em cachorro apareceu por causa de uma doença, siga à risca as instruções do médico para tratá-la corretamente. Não automedique e nem pare com os remédios e tratamentos por conta própria. Se o pet for hipertenso, dê a medicação corretamente. No caso de doenças crônicas, faça o acompanhamento veterinário com regularidade. Se o motivo do derrame em cachorro foi excesso de peso, converse com um veterinário nutricionista para fazer alterações na dieta (mudanças alimentares podem ser boas em todos os casos, na verdade). Por fim, independentemente do que levou ao AVC em cachorro, visite o veterinário com frequência para garantir que está tudo certo com a saúde do animal.
O AVC em cães pode ser evitado com boa qualidade de vida e cuidados com a saúde
Como o AVC em cães é uma condição que surge por outros fatores, não tem uma maneira específica de preveni-lo. Porém, é possível evitar que o acidente vascular cerebral aconteça ao oferecer uma melhor qualidade de vida, uma vez que um pet saudável tem menos chance de desenvolver os problemas que levam ao AVC canino. A má alimentação é a maior causadora de hipertensão e obesidade canina. Portanto, cuide da nutrição do animal. Evite excessos e sempre ofereça ração de qualidade de acordo com seu porte e idade. Além disso, é importante incentivar o pet a fazer exercícios físicos regularmente.
Check-ups são essenciais para evitar não só o AVC em cachorros, mas qualquer doença. Saber o que está acontecendo no corpinho do animal é a melhor maneira de garantir que ele está bem e saudável. Por fim, se seu pet tem algum dos fatores de predisposição a ter AVC canino, é ainda mais importante que ele faça exames de rotina, consultas frequentes ao veterinário e siga suas orientações direitinho.
Redação: Maria Luísa Pimenta