Você já se perguntou como funciona o cérebro de gato e, mais especificamente, a memória felina? Mesmo que essa pareça uma questão difícil de ser respondida, basta analisar alguns comportamentos do gato no dia a dia para saber que os bichanos são inteligentes e capazes de lembrar das coisas. Afinal, além de reconhecer o próprio dono, o felino também memoriza coisas básicas da sua rotina, como a hora certa de comer e onde ficam os móveis da casa. Não é à toa que qualquer mínima mudança é capaz de mexer bastante com o humor deles. O Patas da Casa foi atrás de informações para entender melhor como a cabeça dos gatos funciona. Veja o que descobrimos!
Gato: cérebro dos felinos é mais perspicaz do que a gente imagina
Segundo um estudo realizado pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, o número de neurônios dos cachorros é bastante superior ao dos gatos. Enquanto o primeiro grupo tem cerca de 530 milhões dessas células, os felinos possuem em torno de 250 milhões de impulsos nervosos. Mas será que isso determina a inteligência de cada espécie? A resposta é não. Um exemplo disso é que, por mais que os cães tenham uma quantidade maior de neurônios, a memória dos gatos é muito melhor sem precisar de treinamentos com repetição - desde que o evento em questão tenha alguma relevância para o felino.
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Kyoto, no Japão, buscou compreender como funciona a memória e o cérebro de gato de forma mais ampla. Para isso, os estudiosos observaram o comportamento de 49 felinos domésticos em alguns experimentos. No primeiro, os animais tiveram acesso a quatro potes com petiscos, mas só puderam comer o que havia em dois deles. Depois eles foram retirados do local e, quando retornaram, passaram mais tempo explorando as vasilhas que não tinham mexido anteriormente, provando que eles “lembravam” onde precisavam ir.
Como funciona a memória a curto e a longo prazo dos gatos?
Mesmo que ainda existam poucos estudos sobre o funcionamento do cérebro felino, os gatos também têm memória de curto e longo prazo (semelhante ao que acontece com os humanos, mas com um intervalo de tempo bem diferente). A estimativa é que a memória de curto prazo deles dure em torno de 16 horas, permitindo que eles lembrem de eventos recentes que sejam minimamente relevantes - ou seja, também é uma memória seletiva.
Já a memória de longo prazo não é possível de ser definida, e por isso não dá para dizer por quanto tempo um gato lembra do dono ou outros aspectos da sua vida. O que se sabe, porém, é que a convivência familiar certamente influencia nisso, já que os gatos acabam se acostumando com a presença dos humanos e relacionam isso a algo positivo. Esse, inclusive, é um dos motivos porque os gatos sentem saudades quando o tutor passa muito tempo fora - também é a razão porque alguns bichanos recebem seus donos na porta quando eles chegam da rua.
Cérebro de gato: espécie é conhecida pela facilidade de aprendizado
Muitas pessoas subestimam a inteligência dos gatos e alegam que os cachorros são bem mais inteligentes do que eles. Como se trata de espécies diferentes, cada uma delas tem um jeito próprio de se comunicar e se relacionar com o mundo, mas assim como os cães, os gatos também tem uma boa capacidade de aprendizado - só não é do jeito que a gente espera. A diferença é que os felinos aprendem principalmente por meio da observação e de experiências vividas, e não necessariamente com adestramento. É isso mesmo: os gatos são capazes de armazenar algumas informações no seu cérebro com base na intensidade das coisas que ele viveu e observou. Em alguns casos, até é possível adestrar um gato, ensinando truques e comandos básicos, mas a maioria dos bichanos prefere seguir os seus próprios instintos - que, inclusive, é uma das formas de entender melhor o nível de inteligência dos gatos.
Redação: Juliana Melo