Cuidar de gato

Esqueleto de gato: tudo sobre o sistema esquelético felino

Publicado - 02 Fevereiro 2023 - 14h35

Atualizado - 28 Junho 2024 - 10h51

Toda a pelagem felpuda dos felinos esconde o esqueleto de gato que é complexo e com muito mais ossos que a anatomia humana. Porém, carregamos algumas semelhanças, como o crânio e mandíbula com dentição, coluna vertebral e vértebras torácicas. Mas por que eles conseguem “se movimentar” mais do que a gente e ainda cair de pé? Bom, acontece que a coluna felina não tem tantos ligamentos como a nossa e os discos intervertebrais deles são mais flexíveis. Curioso, né? Vejamos um pouco mais sobre o esqueleto do gato neste artigo logo abaixo!

Osteologia pet: esqueleto felino é mais complexo que o dos humanos

Para começo de conversa, os elementos ósseos dos gatos variam de acordo com a idade. Por exemplo, enquanto um adulto tem “apenas” 230 ossos, um filhote de gato tem até 244. Isso acontece pois os ossos dos mais jovens são mais curtos e vão se desenvolvendo (se ligando) conforme o desenvolvimento. Mas não para por aí! Você sabia que temos 206 ossos? Pois é. Não parece, mas os gatos têm mais ossos que a gente.

Outro detalhe é que no meio dos pelos do gato, a anatomia óssea dos felinos carrega ossos bem acentuados e também bem evidenciados. Tudo isso se deve ao desenvolvimento deles, que precisavam correr rápido dos caçadores e também para agir como um predador, cheios de manemolência.

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Também é interessante pontuar que nesse esqueleto, gato possui ossos fortes, sendo eles a segunda substância natural mais dura do corpo (a primeira é o esmalte dos dentes). Essa estrutura é uma sustentação do corpo, ancorando os tecidos e demais órgãos e permitindo a movimentação muscular.

Esqueleto do gato tem crânio resistente e mandíbula flexível

O crânio do gato agrupa diversos ossos, é resistente e com a face reduzida, além de possuir cavidades nasais e timpânicas (o que contribui para uma boa audição do gato) com elementos dentários na parte inferior. A mandíbula do gato é flexível devido às articulações temporomandibulares que permitem uma firme mastigação dos alimentos. E o crânio felino é dividido em duas partes: neurocrânio, com estruturas que protegem o sistema nervoso central, como o cérebro e o cerebelo; e o viscerocrânio rostral, que preserva a parte nasal e oral.

Afinal, como é dividido o esqueleto do gato nas vértebras? 

Assim como nós, os gatos também possuem uma coluna vertebral bem formada e com divisórias. Outro mamífero que tem essa característica é o cachorro. Ambos não têm tantos ligamentos e a boa flexibilidade felina vem através dos discos invertebrais. Agora, saiba como o esqueleto do cão e gato é dividido: com vértebras cervicais, torácica (tórax), lombares e caudais. Começando pela cervical, localizada em um curto pescoço, ela tem sete vértebras e também é flexível. 

esqueleto de gato: gato se alongando
As vértebras do esqueleto de um gato são divididas em cervical, torácico, lombar e caudal

E como são as costelas do gato? Esqueleto tem diversos elementos ósseos

 

As vértebras torácicas do gato ficam logo após a cervical (“no meio”). Essa região é larga e com forte musculatura, dividida em caixa torácica, esterno e membros torácicos:

  • Caixa torácica: das treze vértebras das costelas, nove delas se ligam ao esterno através de cartilagens (chamadas de costelas esternais), que protegem o pulmão e as quatro últimas não se ligam, mas são associadas à cartilagem costal anterior.
  • Esterno: conhecido como “osso do peito”, ele protege o coração e os pulmões do gato. Fica abaixo da caixa torácica e é o mesmo tanto para os cães, como para os gatos. O esterno do gato também tem formato cilíndrico (diferente dos suínos, que são achatados). No total, são oito esternos. O primeiro é chamado de manúbrio e o último é chamado de esterno apêndice xifóide, um osso formado pela cartilagem xifóide, o que permite mais movimento ao gato (por isso eles conseguem dar uma volta de 180º).
  • Membros torácicos: divididos pela escápula (ombro), que possui uma espinha acentuada, úmero (braço), que é largo e levemente inclinado, rádio e ulna (antebraço), com extremidades arredondadas que se cruzam. Alguns veterinários defendem que o gato tem uma clavícula pequena e não funcional entre os membros, enquanto outros acreditam que esse membro é só uma cartilagem. Um fato curioso sobre os membros dianteiros é que os cotovelos do gato são opostos ao joelho.

No seu esqueleto, gato tem parte traseira com ossos acentuados

A região traseira do esqueleto do gato começa pela lombar, é seguida pela pelve e finalizada pelo fêmur.

  • Lombar: sete vértebras no total, que ligam a caixa torácica às vértebras caudais.
  • Pelve: é estreita e tem formato de funil, além de ser formada pelo cíngulo pélvico, que tem o ílio na parte superior, a púbis na anterior e o ísquio (arco isquiático) na inferior. O ílio (glúteo) é côncavo e o ísquio é horizontal e antecede as vértebras caudais. Nessa região, também está localizado o osso sacro. Os ossos da pelve do gato são maiores que os dos ossos planos (por exemplo, o crânio) e eles se unem para formar o acetábulo, que é o que permite a articulação do fêmur.
  • Fêmur do gato: é mais longo que o dos bovinos e dos equinos. Essa região da coxa é cilíndrica e também tem uma patela, que é longa e convexa. Abaixo dela, há uma faceta para articulação do sesamóide (de movimento). E mais abaixo, encontramos a tíbia e a fíbula, com um sesamóide para a sua articulação.

As patas dianteiras do esqueleto do gato tem polegares!

Mesmo curtinhas, as patas dianteiras do gato são formadas por vários componentes ósseos: carpo, metacarpo e falanges.

  • Carpo do gato: essa região palmar tem ossos sesamóides proximais e distais e é dividido em carpo radial, intermédio, ulnar e acessório.
  • Metacarpo: é digitígrado, ou seja é ele quem deixa as pegadas no chão e são sustentados por coxins densos (as famosas almofadinhas). Por isso, os gatos sempre andam “na ponta do pé”. Isso também colabora para alcançar grandes saltos e ter alto poder de corrida. Uma curiosidade sobre o gato, é que eles também andam com as patas laterais em pares.
  • Falanges: são os dedinhos do gato! As quatro falanges da frente são médias e distais, e as duas do meio são maiores que a primeira e a última. A quinta falange, que é proximal e distal, é aquele “dedinho menor”, carinhosamente apelidado de “polegar”.

Comparando com os humanos, a anatomia das patas do esqueleto de gato é bem parecida com a nossa mão. No entanto, elas não possuem o trapézio, por isso não é possível “fechar” a patinha do gato (apenas as falanges).

Patas traseiras do esqueleto de gato são bem diferentes das dianteiras

Pode não parecer, mas as patas traseiras são bem diferentes das dianteiras (tal qual nós temos pés e mãos diferentes um do outro). Mas o tarso (base) é equivalente ao carpo (palma) e o metatarso equivale ao metacarpo.

As distinções estão no metatarso, que é mais longo (literalmente, um “pézinho”) e na ausência da quinta falange distal. Isso quer dizer que as patas traseiras do gato não possuem aquele pequeno dedinho na lateral. O tarso tem sete ossos e é ligado ao osso tibial.

A cauda faz parte do esqueleto de um gato (sim, ela tem ossos!)

O rabo do gato é super maleável e se movimenta conforme as emoções do felino. Mesmo assim, o rabo do gato é formado por ossos, sendo uma extensão da coluna vertebral. Dependendo da raça, o rabo do bichano tem até 27 vértebras. Outra coisa interessante é que a região dianteira e superior do felino é feita para suportar todo o seu peso. E enquanto os humanos têm a espinha como um apoio, a dos felinos é vista como uma ponte.

O esqueleto de um gato também comporta unhas e dentes

Outra semelhança que carregamos com os felinos são os dentes e as unhas que fazem parte da sua anatomia esquelética (mas atenção: eles não são ossos!). Geralmente, os gatos têm 30 dentes em formato pontiagudo e com quatro caninos, assim como os cães. Porém, um cão adulto possui até 42 dentes.

Já as unhas do gato são ligadas a articulação interfalangiana distal. Elas também não param de crescer como a dos humanos, pois são formadas por células repletas de queratina que, quando deixam de se desenvolver, morrem e formam restos celulares (que são as unhas). O motivo para um gato arranhando tudo, é que eles também lixam as unhas para remover a cobertura antiga (e a única forma de fazer isso, é com arranhões).

Devido a seleção natural e o instinto de sobrevivência, as garras do felino são longas e afiadas. Mas ao contrário da nossa, possuem nervos (por isso deve-se ter muito cuidado na hora de cortar a unha do gato).

Redação: Erika Martins

Edição: Mariana Fernandes

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