Incômodo, coceira e vermelhidão na pele: esses são apenas os principais sintomas da sarna, doença cutânea muito comum entre animais domésticos como os cães e gatos. Mesmo que ela não seja novidade para nenhum dono de pet mais experiente, encontrar o seu bichinho com esses e outros sintomas é preocupante. Na pressa de ajudar o animal, você pode acabar piorando a situação se não estiver bem informado e, para evitar esse problema, aqui embaixo você vai encontrar tudo sobre a sarna em cachorro e em gato. Dá uma olhada!
A sarna em cachorro e a sarna em gatos têm a mesma causa
De uma forma geral, todos os tipos de sarnas são causados por ácaros que se alojam entre os pelos do animal e causam diferentes sintomas na pele do gato e do cachorro. Alguns tipos são mais comuns nos felinos, outros nos cães e ainda há aqueles que agem da mesma forma nas duas espécies. Um dos principais perigos de se conviver com animais que pegaram sarna é que, em alguns casos, elas são zoonoses, ou seja: também podem ser transmitidas e causar diferentes sintomas em humanos.
Os diferentes tipos de sarna em gatos e em cachorros
Por serem causadas por tipos de ácaros diferentes, consequentemente, cada tipo de sarna vai se desenvolver no corpo do animal de uma forma. No fim das contas, essa variedade também faz variar a forma de tratamento, prevenção e contágio. Por isso, o ideal é que você conheça os sinais de forma geral e que conte com a orientação de um veterinário para o diagnóstico correto e a melhor forma de tratar a doença, ok? Conheça os principais tipos de sarna canina e felina aqui embaixo:
1) Sarna sarcóptica: também conhecida como escabiose, a sarna sarcóptica é bem comum em cachorros e pode ser transmitida para humanos, mas não é tão comum nos gatos. A transmissão entre as espécies de animais acontece apenas se o felino tiver contato direto com o cachorro infectado, ou seja: é bom tomar cuidado se você cria os dois juntos. Esse ácaro causa vermelhidão, coceira, queda de pelos, perda de apetite e, até mesmo, feridas no peito, na barriga e nos ouvidos do animal. Além disso, ela também pode causar erupções como manchas, bolhas e crostas que podem infeccionar com a ação de bactérias e fungos.
2) Sarna otodécica: com o nome popular de sarna de ouvido, essa versão da doença é comum tanto em cães quanto em gatos e pode ser confundida com a otite por causa da ação exclusiva nas orelhas dos animais. Por isso, o diagnóstico certeiro deve ser dado pelo veterinário. Esse tipo de ácaro pode causar acúmulo de cera e muita coceira no ouvido e na orelha do animal, além de gerar queda de pelos na região. De tanto se coçar, ele pode se machucar com as unhas e, se não for tratada, a sarna de ouvido pode se desenvolver para inflamações mais sérias.
3) Sarna demodécica: apesar de ser mais comum em cães, a sarna negra, como também é conhecida, pode se manifestar em gatos. Nos dois casos, o ácaro causador é comum à pele do animal, transmitido da mãe para o filhote, e se manifesta de forma nociva nos animais que têm falhas no sistema imunológico ao longo da vida. Em cães, o ácaro pode se manifestar no corpo todo do animal ou em pontos específicos, como cotovelos, calcanhares, queixo e focinho — perto dos olhos e da boca. Os pelos costumam ficar mais oleosos e caem. Entre os outros sintomas da sarna demodécica estão infecções, inchaço, descamação e vermelhidão da pele além de manchas escuras, aspereza na região infectada, feridas e produção de secreção.
Nos gatos, a sarna demodécica pode ser causada por dois tipos diferentes de ácaros, sendo um contagioso e o outro, não. Os sintomas são os mesmos dos cães, concentrados na região da cabeça.
4) Sarna notoédrica: também conhecida como escabiose felina ou escabiose do gato, a sarna notoédrica é mais comum nos animais que vivem em abrigos ou locais muito cheios de felinos. Além do contato direto, o contágio também pode acontecer através do compartilhamento de objetos contaminados. Ela causa muita coceira na região da cabeça, nas orelhas e nas patas do animal que, enquanto tenta aliviar o incômodo, pode se ferir.
5) Queiletielose: outro tipo de sarna que é mais comum nos gatos, a queiletielose pode ser transmitida para humanos e, em muitos casos, é confundida com a caspa no animal. Assim como os outros tipos da doença, ela também causa coceira e muito incômodo no felino.
Como tratar a sarna em cachorros e gatos?
A grande variedade de ácaros que causam a sarna canina e a sarna em gatos não influencia apenas nos sintomas do animal. A hora do tratamento também é influenciada diretamente pelo tipo de sarna que o bichinho tem. A sarna negra em cachorros, por exemplo, não pode ser curada completamente, mas o tratamento específico consegue controlar o desenvolvimento da doença e garantir o bem estar do seu animal.
Os diferentes tipos de remédio para sarna que o animal precisa ingerir e os cremes, pomadas, shampoos ou sabonetes para sarna de uso tópico precisam ser receitados pelo veterinário. Além de indicar o produto correto, o profissional vai dizer por quanto tempo ele deve ser administrado e acompanhar os efeitos — algo super importante para evitar que a sarna se desenvolva e acabe virando uma infecção mais séria. Por isso, o ideal é que você não faça nada por conta própria: no primeiro sinal da condição no seu animal, consulte o profissional e siga as instruções dele.
Os cuidados para prevenir a sarna em gatos e cachorros
Como a principal forma de transmissão da sarna é o contato, o primeiro cuidado para prevenir a condição no seu bichinho de estimação é controlar os locais que ele frequenta e com quais animais têm contato. Se você tem mais de um animal em casa e percebeu que um deles pegou sarna, tente separar o animal doente dos outros e higienize os objetos de uso comum, como caminhas, toalhas, caixas de transporte e pratos de ração. Manter o ambiente em que eles convivem bem limpo também ajuda a evitar a proliferação dos ácaros. Além disso, cuide para que tanto o seu gato, quanto o seu cachorro estejam saudáveis e com o sistema imunológico reforçado para que o tratamento seja mais simples caso haja o contágio.
No caso dos gatos, as telas nas janelas e na varanda de casa ajudam a mantê-lo dentro de casa. A castração também ajuda a aliviar o instinto aventureiro do animal e faz com que ele tenha menos vontade de ir para a rua. A cirurgia também é uma opção no caso de cachorros que têm a sarna negra, que é transmitida da mãe para o filhote.
Redação: Ariel Cristina Borges