Muitas pessoas acham que um gato ou cachorro com deficiência nunca poderão ter uma vida “normal” assim como outros pets. É claro que um cachorro ou gato cego, surdo ou com problema de mobilidade precisará de mais cuidados em determinados momentos, já que a ausência de sentidos e movimentos traz dificuldades no dia a dia. Porém, é super possível que qualquer gato ou cachorro deficiente tenha uma vida tão saudável quanto qualquer outro animal. Viver com um gato amputado, um cachorro paraplégico, ou um pet sem visão ou audição requer certas mudanças no dia a dia, mas não é o fim do mundo nem para o animal e nem para o tutor. Com cuidados e adaptações necessárias - além de muito amor e paciência da família - o seu pet terá uma longa e ótima vida. Confira a seguir algumas dicas de como melhorar a qualidade de vida de um cachorro ou gato deficiente!
Facilite o acesso do cachorro ou gato deficiente aos itens básicos do dia a dia
O primeiro passo para que um gato ou cachorro deficiente tenha boa qualidade de vida é garantir que todas as suas necessidades básicas sejam atendidas. Um gato ou cachorro com deficiência, seja ela visual ou motora, não conseguirá ir até o potinho de ração e água ou ao banheirinho com a mesma facilidade que outros animais. Por isso, esses itens devem ficar em locais acessíveis. O local onde o cão come e faz suas necessidades não pode ser o mesmo, mas evite colocar obstáculos entre eles que dificultem a locomoção. Além disso, é bom ter mais de um comedouro e bebedouro espalhados nos cantinhos da casa para que o pet sempre tenha um desses acessórios ao seu alcance onde quer que esteja. O piso para cachorro deve ser liso e antiderrapante, para que o cão ou gato deficiente ande sem risco de quedas. Rampas nos acessos também facilita muito a locomoção.
Todo gato ou cachorro com deficiência precisa de exercícios e ser estimulado
Não é por que o animal é deficiente que deve ficar parado dentro de casa. Todo gato e cachorro, com deficiência ou não, precisa de estímulos cognitivos e motores. Nenhuma deficiência torna o animal incapaz e, por isso, não se deve deixá-lo sempre trancado e limitado no ambiente de casa. Leve o cachorro para passear e faça brincadeiras em casa ou ao ar livre. Você também pode brincar com gato e investir em brinquedos interativos, como o arranhador para gatos, que ajudam a estimular o pet. É claro que na hora passear com gato ou cachorro deficiente o ideal é buscar um ambiente acessível, com rampas e pouco fluxo de pessoas para evitar acidentes. Caso o animal não se sinta confiante, não tem problema em dar apenas uma volta no quarteirão ou caminhar e brincar pela casa. O que importa é não deixar o animal sedentário. A falta de movimentação pode causar problemas como obesidade canina e até mesmo a atrofia dos membros, dificultando ainda mais sua locomoção.
Quem tem gato ou cachorro cego deve impedir acesso a escadas e apostar em telas de proteção
Mesmo que um cachorro cego ou um gato cego não tenham a visão, eles conseguem viver muito bem pois os outros sentidos, como audição e faro, ficam ainda mais apurados do que já são. Porém, algumas adaptações devem ser feitas em casa para facilitar a movimentação do pet. A primeira delas é colocar portões nos acessos de escadas. Dessa forma, o cachorro ou gato cego - de um olho ou dos dois - não vai tropeçar nelas. Pisos e meias antiderrapantes são ótimos acessórios, além de rampas especiais. Quem tem gato cego ou cachorro cego também precisa afastar os móveis para que eles não fiquem em locais onde o animal possa facilmente esbarrar.
Mesmo que você tenha um cachorro ou um gato cego de um olho, a visão está prejudicada e, por isso, é bom colocar tela de proteção nas janelas e manter as portas de acesso à rua trancadas para evitar fugas e acidentes. Uma dica é investir na coleira para cachorro cego, que impede que o animal bata em obstáculos e permite que ele tenha maior liberdade. Tem vários modelos coleira para cachorro cego, como a versão que funciona como uma viseira e a versão que emite vibrações para alertar o pet de que há algum objeto próximo.
Use estímulos visuais para se comunicar com gato ou cachorro surdo
São muitos motivos que podem deixar um gato ou cachorro surdo. Doenças como cinomose e otite, envelhecimento e até mesmo predisposição genética são alguns deles. Um grande exemplo é o gato branco surdo. O gene da surdez tem relação com o da cor branca. Por isso, muitos gatos brancos são surdos unilaterais ou dos dois ouvidos. A melhor forma de como saber se o cachorro é surdo ou se o gato é surdo é observar seu comportamento: falta de resposta a comandos, perda de equilíbrio, menor interação e sacudir a cabeça frequentemente. Ao observar esses sinais, leve o pet ao veterinário para avaliação. Se for confirmado que você tem um cachorro ou gato surdo, é hora de fazer adaptações para melhorar a qualidade de vida do pet.
Para chamar o cão ou gato surdo, use estímulos visuais como a luz de uma lanterna, ou então desligue e ligue o interruptor para chamar a atenção. Criar um toque específico no corpo do animal também ajuda o pet a entender quando você quer chamá-lo (apenas tenha cuidado para não chegar por trás e assustá-lo com o toque brusco). Seja um gato branco surdo ou de qualquer cor, promova um ambiente gatificado para que o pet seja estimulado. Na hora de passear com cachorro surdo, use sempre coleira com identificação e guia e supervisione o animal.
Cadeirinha para cachorro paraplégico ou para gato paraplégico dá mais autonomia
Um cachorro paraplégico ou um gato paraplégico precisa da ajuda do tutor para se locomover, seja dentro de casa ou para caminhar na rua. A cadeirinha para cachorro paraplégico é uma ótima ajuda. O animal ganha muito mais liberdade com esse acessório que permite que ele se locomova sem depender tanto do auxílio do dono (apesar de que o tutor deve estar sempre atento). Esse suporte para cachorro que não anda, porém, pode não ser recomendado para cães que ainda podem voltar a andar. A cadeirinha para cachorro paraplégico não é a única adaptação que pode ser feita.
O carrinho para gato deficiente funciona da mesma maneira e garante que o bichano tenha mais autonomia. Além disso, é comum que o cão ou gato paraplégico tenha dificuldade em realizar suas necessidades fisiológicas, muitas vezes necessitando do auxílio de alguém para fazer xixi e cocô. Por isso, o tutor deve ter atenção redobrada com a higiene do animal.
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Luana Lopes