A anatomia do gato vai muito além do que vemos por fora. No interior do bichano, existem diversos órgãos trabalhando juntos e formando sistemas que permitem todo o funcionamento do corpo. Um desses sistemas é o respiratório, responsável pela respiração do gato. Mesmo sendo um dos processos mais importantes que acontecem no corpo, muitos tutores têm dúvidas sobre a respiração. Como funciona o sistema respiratório? Quais os órgãos que fazem parte dele? Gato fica gripado? E o que pode significar um gato com dificuldade de respirar? Para te ajudar a entender melhor, o Patas da Casa te explica tudo sobre a respiração do gato. Confira!
A função da respiração do gato é fazer a troca gasosa
O principal objetivo da respiração do gato é realizar a troca gasosa. Assim como acontece no ser humano e no cachorro, é por meio da respiração que se absorve oxigênio e se expira gás carbônico. Outra função da respiração do gato é a de umidificar e filtrar o ar, além de ajudar no funcionamento do olfato felino. Por isso, assim como o sistema esquelético, nervoso, urinário e tantos outros, o sistema respiratório é fundamental para manter o gatinho vivo.
Anatomia do gato: órgãos envolvidos na respiração felina vão do nariz aos pulmões
São muitos os órgãos que fazem parte do sistema respiratório do gato. A anatomia do animal funciona de forma que todos esses órgãos se unam por meio de um trato respiratório por onde o ar passa. O trato respiratório é dividido em superior e inferior. Na anatomia de um gato, órgãos do trato superior são: nariz (narinas e fossas nasais), faringe, laringe e parte superior da traqueia. Já a parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos pulmonares e pulmões fazem parte do trato respiratório inferior, pois já se encontram na cavidade torácica.
Entenda como funciona a respiração do gato
A respiração do gato se inicia ainda no nariz, com a inalação do ar repleto de oxigênio presente no ambiente. O ar passa pelas narinas e fossas nasais, por onde ele é filtrado. Então, o ar é conduzido pela faringe, um tubo que leva o ar para a laringe. Vale ressaltar que a faringe tem duas passagens: uma que leva o ar para a laringe e outra que leva o alimento para o sistema digestivo do gato. Quando o alimento sem querer cai na laringe, normalmente o gato engasga. Assim que o ar atravessa a laringe, ele passa pelas cordas vocais, que vibram e produzem o famoso miado de gato. O ar passa da laringe para a traqueia e, então, vai para os dois brônquios, que se bifurcam em cada pulmão do gato.
É nessa parte da anatomia que o gato realiza a troca gasosa de fato. Os brônquios que entram no pulmão se bifurcam em diversos pequenos bronquíolos que resultam nos alvéolos pulmonares. Os alvéolos recebem o sangue que vem do corpo e está rico em gás carbônico, que será eliminado pela expiração. Ao mesmo tempo, os alvéolos recebem o ar com oxigênio dos bronquíolos e liberam esse gás para a corrente sanguínea, levando-o até as células. Com o oxigênio, as células conseguem realizar a respiração celular e manter o corpo vivo. Esse processo de troca gasosa também é conhecido como hematose.
Saiba qual é a frequência respiratória média de um gato
Na respiração do cachorro existe uma frequência respiratória média. O mesmo acontece com o gato. A anatomia do animal é toda pensada para que a respiração siga um mesmo padrão sempre que o pet estiver saudável. A frequência respiratória considerada normal é de 20 a 40 respirações por minuto. Porém, é importante ressaltar que cada animal tem sua particularidade, então a frequência normal de um pet pode ser um pouco maior ou menor que essa média. Quando algum problema de saúde compromete a fisiologia e a anatomia, gato passa a sofrer alterações mais intensas nessa frequência. Assim, temos um gato com dificuldade de respirar, seja por uma respiração mais acelerada ou mais lenta.
Gato com respiração ofegante pode indicar problemas de saúde
Um gato com respiração ofegante não está conseguindo inalar a quantidade de ar considerada ideal. Por isso, fica mais difícil fazer com que o ar chegue até os pulmões. Existem diferentes causas para essa condição. O gato com respiração ofegante pode estar, por exemplo, muito ansioso ou estressado. Além disso, após exercícios físicos mais intensos, o animal também pode ficar mais ofegante. O mesmo também acontece durante o parto de gato. Por outro lado, esse problema também pode ser causado por certas doenças. Dentre as doenças respiratórias de gato mais comuns, podemos citar a gripe felina, pneumonia felina, anemia, asma felina, intoxicação e insuficiência cardíaca.
Conheça os sinais que um gato com dificuldade de respirar apresenta
A anatomia dos gatos diz muito sobre o que está acontecendo com a saúde. Para reconhecer um gato com respiração ofegante, é importante ficar atento aos sintomas. O gato respirando de boca aberta é o mais comum mas, dependendo da causa, surgem outros sinais. Um gato com anemia pode apresentar mucosas pálidas. Já a pneumonia deixa o gato tossindo com chiado e secreções nasais. Na asma, a tosse também é frequente e constante. Um gato com respiração ofegante por problemas cardíacos apresenta, além da tosse, um grande cansaço, aumento do volume abdominal, perda de peso e cianose (mucosas e língua azuladas). Em diferentes situações de gato com dificuldade de respirar também podemos perceber coriza, vômito, letargia e febre. Sempre que vir o gato respirando de boca aberta e com qualquer outro sintoma, leve-o ao veterinário.
Gato com respiração abdominal é sinal de problemas respiratórios?
Uma forma de perceber que o ritmo respiratório do gatinho está fora do normal, é observar seus movimentos respiratórios. Quando temos um gato com dificuldade de respirar, podemos observar sua barriga subindo e descendo de forma acelerada conforme respira. Chamamos essa situação de gato com respiração abdominal. Isso acontece porque o animal está tentando buscar o ar e fazer com que ele circule pelo seu sistema respiratório de maneira normal, o que não está acontecendo por algum motivo. Ao perceber um gato com respiração abdominal ou com com qualquer anormalidade na respiração, observe se há outros sintomas e busque um atendimento veterinário.
Gripe felina é uma doença respiratória bastante comum em felinos
Um dos problemas mais comuns que podem acometer a respiração do gato é a gripe. Sim, gato fica gripado. A gripe felina lembra bastante a que nós temos - apesar de não ser a mesma doença. A gripe em gatos é chamada oficialmente de rinotraqueíte felina. Trata-se de uma infecção respiratória que acomete o trato respiratório superior. A gripe felina é contraída quando o bichano entra em contato direto com o vírus, seja por salivas e secreções de outros gatos contaminados ou por objetos contaminados.
Na gripe felina, sintomas mais comuns são: tosse, espirro, secreção nos olhos e nariz, conjuntivite, falta de apetite e apatia. Bem parecidos com os da gripe em humanos, né? Mas há um detalhe: a gripe felina é um problema mais grave que a gripe humana. O motivo é que o vírus da rinotraqueíte felina fica no organismo do animal para sempre. Tomando os cuidados básicos com a saúde, ele fica controlado, como se estivesse escondido. Porém, pode retornar a qualquer momento. Na gripe felina, sintomas também costumam ser mais pesados nos bichanos do que é para nós. Por isso, é muito importante tomar cuidado para prevenir o problema, o que pode ser feito tomando as vacinas para gato V3 ou V4 a partir dos 45 dias de vida.
Gripe felina passa para humanos?
A gripe felina é contagiosa. Ou seja: é uma doença transmitida para outros gatos. Mas e quanto a nós: a gripe felina passa para humanos? Não! A rinotraqueíte só afeta os gatos, então nem pessoas e nem outros animais (como cachorros) podem contrair a doença. Esse é um dos motivos do por que não podemos dizer que a gripe em gatos é igual a dos humanos, já que são doenças diferentes. Portanto, mesmo sabendo que a gripe felina é contagiosa entre felinos, pode ficar tranquilo que um gato com gripe não pode te passar a doença.
Como cuidar de um gato com gripe?
A gripe em gatos é uma doença bastante comum entre os bichanos. Por isso, é bom estar sempre preparado. Ao perceber o gato com dificuldade de respirar e com os outros sintomas de gripe felina, busque um veterinário para ter certeza do diagnóstico e começar a cuidar do animal. Como explicamos, o vírus da rinotraqueíte fica no organismo por toda a vida. Por isso, não existe um remédio para gripe felina em si e o foco é cuidar dos sintomas da doença. Assim, cada caso de gripe felina conta com um tratamento diferenciado de acordo com o que o pet manifesta.
Anti-histamínicos, colírios e antivirais costumam ser os medicamentos mais indicados, além de nebulização e antibióticos no caso de infecções. Tratar o gato com gripe rapidamente é fundamental porque a doença pode se agravar e virar algo mais grave, como uma pneumonia. Por isso, não se brinca com a gripe felina. Sintomas podem parecer pequenos no início mas, se não forem tratados, tem chances de se tornarem algo bem perigoso e até mesmo fatal.
Dicas para evitar problemas na respiração do gato
O sistema respiratório é uma parte extremamente importante do organismo do gato e que garante todo o seu bom funcionamento. Por isso, é preciso cuidar para evitar que ele sofra com problemas de saúde. Seja uma gripe felina ou uma pneumonia grave, qualquer dano ao sistema respiratório pode comprometer todo o corpo. Para prevenir que o animal sofra com esses problemas, o primeiro passo é estimular sua hidratação. Um gato hidratado corre menos risco de ter problemas de saúde, seja no sistema respiratório ou em outros, como o sistema urinário.
Seguir algumas dicas de como fazer o gato beber água, como espalhar bebedouros pela casa e investir em uma fonte de água, fazem toda a diferença. Além de deixar o animal mais saudável, a hidratação ainda faz com que um gato com gripe se cure mais rapidamente. A alimentação também deve ser sempre bem observada. Ofereça rações de qualidade e fique sempre de olho se o animal está se alimentando corretamente. Em toda a anatomia do gato, órgãos precisam estar nutridos para funcionarem bem, e é por meio da alimentação que se obtém esses nutrientes fundamentais.
Atenção ao inverno: nos meses mais frios, o sistema respiratório fica mais fragilizado
Assim como acontece com a gente, o gato sente frio e costuma sofrer mais com problemas respiratórios durante os meses mais gelados. Por isso, é importante ter cuidados no inverno para evitar gripe felina, pneumonia e qualquer outra doença que afete o trato respiratório. Sempre mantenha o animal bem aquecido, colocando mantas e almofadas extras na caminha. Uma outra dica é deixar o gato dormir na cama com você (não há problema nenhum nisso). Por fim, lembre-se que os pelos finos dos bichanos os deixam mais vulneráveis nas baixas temperaturas. Por isso, invista em roupas para gatos no inverno. Além de ganhar um charme, o pet ficará mais protegido.
Redação: Maria Luísa Pimenta
Edição: Luana Lopes